O exame morfológico do primeiro trimestre é uma das avaliações mais importantes do seu pré natal, pois além de verificar vários aspectos da anatomia fetal também será possível realizar cálculo de risco para as principais doenças genéticas e para o desenvolvimento de pré eclampsia e restrição de crescimento intra uterino precoce.
Quando deve ser feito?
Existe uma idade gestacional correta para a realização do exame que vai de 11 semanas a 13 semanas e 6 dias. Preferencialmente entre 12 e 13 semanas. Nesse período o tamanho do feto, aferido pelo CCN (comprimento cabeça nádegas) vai estar entre 45 e 84 mm.
O que é visualizado?
Toda a anatomia do feto deve ser verificada.
Calota craniana e sua integridade, bem como a formação inicial do cérebro. É neste momento que será possível excluir anencefalia. No tórax será visualizado o coração, com suas quatro câmaras. Na porção abdominal o estômago deve ser visualizado como uma estrutura que parece uma bolinha preta. A saída do cordão umbilical do abdome também é verificada: deve estar bem inserido, sem protrusão de conteúdo intestinal e a parede abdominal fechada. Na região pélvica vamos observar os rins e a bexiga, que deve estar circundada pelas duas artérias umbilicais. Por fim, dois membros superiores e dois membros inferiores bem posicionados.
E sobre os marcadores de doença cromossômica?
São três:
– Translucência nucal (TN)
– Osso nasal
– Doppler do ducto venoso
Se forem observados e estiverem com suas medidas e aspecto normais isso vai impactar em um menor risco para doenças cromossômicas e/ou possíveis alterações cardiovasculares no feto.
Se algum (ou mais de um) estiver alterado, implicará em maior risco de doenças genéticas e pode ser indicado o estudo do cariótipo fetal.
Sobre pré eclâmpsia
O momento da morfológica do primeiro trimestre também é ideal para o rastreio de pré eclâmpsia. Ao ultrassom, isso é feito verificando o Doppler das artérias uterinas, que são os vasos que levam sangue da mãe para o útero e consequentemente placenta. Para efetuar o cálculo de risco outros fatores serão levados em consideração, como idade materna, história obstétrica prévia, peso e altura maternos, medida da pressão arterial média, doenças preexistentes etc…
Se o cálculo resultar em baixo risco para desenvolver pré eclâmpsia, o recomendado será seguimento habitual no pré natal, sempre verificando a pressão arterial a cada consulta e mantendo boas práticas de alimentação, atividade física e controle de peso. Caso o cálculo indique alto risco para desenvolver pré eclâmpsia a sugestão será de entrar com aspirina de forma preventiva.
Espero ter ajudado a esclarecer sobre essa importante avaliação fetal.
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Texto escrito por Dra Júlia Batista Verano, CRM DF 20.604 | RQE Nº 14930
Área de atuação em Medicina Fetal – RQE Nº 18939